Isabella Fernandes Carvalho, Lavina Sousa Araújo, Michelly Cavalcante Monteiro Pedrosa, Phillipe Nogueira Barbosa Alencar
CATEGORIA: FÓRUM CIENTÍFICO ACADÊMICO
RESUMO:
O vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypt e, desde abril de 2015, uma epidemia desse vírus vem ocorrendo no Brasil. Seis meses após o início do surto ZIKV, houve um aumento incomum em neonatos com microcefalia. Os casos apresentavam exames compatíveis com infecção congênita pelo ZIKV na gestação. Diante disso, este trabalho objetiva investigar possíveis malformações em tecidos moles, ósseos e/ou dentários, em pacientes com Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV), a partir de um estudo observacional longitudinal. A amostra foi constituída de 30 bebês portadores do SCZV, acompanhados na Clínica Escola de Odontologia da Unichristus. Após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos responsáveis, realizou-se uma detalhada anamnese, incluindo avaliação de exames médicos, e exame clínico oral e radiográfico para diagnóstico de possíveis alterações de tecidos moles e duros e de desenvolvimento dentário. Dos pacientes examinados, a idade média da primeira erupção dentária foi de 10,8 meses, com quase dois terços da amostra (60%) iniciando a erupção dentária após os 9 meses de idade. De toda a amostra, 7 bebês apresentaram anomalia dentária de forma e/ou número, 9 crianças apresentaram postura lingual inadequada ao repouso e mais da metade da amostra (n=18) apresentou freios labiais e linguais curtos. Portanto, sugere-se uma provável associação ao ZIKV, uma vez que o mesmo afeta as células progenitoras neurais humanas, o que poderá resultar em falhas nos processos de desenvolvimento embrionário das estruturas orais. Assim, é imprescindível que os pacientes sejam acompanhados durante toda dentição decídua e permanente, como também quanto a possíveis anormalidades de desenvolvimento de estruturas dento-oro-faciais.
Palavras-chave: Microcefalia, zika vírus